ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 24º

Política

Desafio dos candidatos será lidar com factóides e mentiras na Internet

Zana Zaidan | 06/05/2014 17:54
Brickmann fala sobre a força da internet na campanha eleitoral de 2014 (Foto: Marcelo Victor)
Brickmann fala sobre a força da internet na campanha eleitoral de 2014 (Foto: Marcelo Victor)

Prevendo que a internet terá papel central na campanha eleitoral deste ano, os candidatos terão como desafio driblar os factóides e mentiras divulgadas na rede, analisa o colunista político e especialista em gerenciamento de crises, Carlos Brickmann. O problema, acrescenta ele, é que os profissionais da área ainda não descobriram como lidar com as notícias falsas porque o eleitor não consegue filtrar as informações a que têm acesso.

“O eleitor leva a sério o que está no Facebook, nas correntes de e-mail. Nesse ponto, a internet é um monstro sem controle para o candidato”, diz Brickmann, que está em Campo Grande para ministrar palestra voltada para jornalistas. “Minimizar danos da internet é diabólico e, até agora, não conheço alguém que o tenha feito com sucesso. Uma notícia errada, em questão de minutos já está reproduzida do Oiapoque ao Chuí”, diz.

Entre os muitos casos, Brickmann cita o e-mail que conta a operação em que o filho do ex-presidente Lula, o "Lulinha", teria comprado a Fazenda Fortaleza, em Valparaíso (SP), por R$ 47 milhões. Ou os R$ 2 mil de “auxílio-prostituta”, que teria sido aprovado no Senado para garotas de programa pudessem investir em cursos de inglês ou manicure para receber turistas durante a Copa.

“É inacreditável como as pessoas acreditam em qualquer coisa. Você escreve em qualquer besteira e as pessoas compram”, comenta sobre os episódios.

Imagens que circulam na internet sobre Lulinha ter comprado fazenda e que, segundo Brickmann, é factóide (Reprodução/Internet)
Imagens que circulam na internet sobre Lulinha ter comprado fazenda e que, segundo Brickmann, é factóide (Reprodução/Internet)
O "auxílio prostituta", um dos hoax que se espalhou na  rede (Reprodução/Internet)
O "auxílio prostituta", um dos hoax que se espalhou na rede (Reprodução/Internet)

Investimentos - Por causa disso, os grandes partidos já se mobilizam para disputar os votos dos usuários das redes sociais. “O PSDB já divulgou que vai contratar 9 mil pessoas só para internet. O PT juntou outro dia, só em São José dos Campos (SP), mil, o PV tem o Marcelo Branco, que é especializado nisso. E tem que ter mesmo, porque o que a internet faz é falar mal, fazer fofoca”, reforça.

Tudo contra as correntes difamatórias, e-mails apócrifos, post dos blogs, Facebook, vídeos no Youtube. Investir na campanha virtual e montar uma estratégia de comunicação nas redes sociais sai caro, avalia Brickmann, mas nada chega perto dos R$ 600 milhões que as emissoras de TV deixam de pagar em impostos por exibir o horário eleitoral gratuito, nos cálculos do consultor.

“É a salvação do candidato, já que o horário eleitoral é fabricado, e tem impacto, sim, sobre o eleitor. Ele está assistindo TV e, mesmo que tente mudar de canal, estará lá. O problema é que, em breve, vai acabar”, aposta. “O público não sabe quanto custa a propaganda, ainda não prestou atenção. Uma hora, quando descobrir, vai ficar muito bravo. E a tendência é migrar tudo para internet, onde o custo é muito menor”, acredita.

Quem assistir à palestra de amanhã, “O Jornalismo de Opinião no Brasil”, vai saber como ter opinião e, principalmente, como usá-la, promete o colunista político. “Uma forma de ter mais critério e, acima de tudo, ter responsabilidade sobre o que é dito”, finaliza.

Nos siga no Google Notícias